domingo, 19 de março de 2017

Capítulo I - Introdução ao estudo da Psicologia como ciência do comportamento

1.1  – Desenvolvimento histórico da Psicologia
Uma constatação interessante, feita por muitos historiadores, é que as primeiras ciências a se desenvolverem foram justamente as que tratam do que está mais distante do homem, como por exemplo a Astronomia. As que se referem ao que lhe está mais próximo, ou as que a ele se refere directamente, como a Psicologia, são as que tiveram desenvolvimento mais tardio. (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 17)
Sem buscar as causas de tal fenómeno, verifica-se que, realmente, a Psicologia é uma das mais jovens.
Mas, mesmo antes que existisse uma ciência a respeito, o homem sempre procurou explicações sobre si e sobre a Natureza. Por isso, não é errado afirmar que a humanidade desde sempre colocou um sem-número de questões sobre o mundo que a rodeia: Por que se sucedem as noites e os dias? Por que é que chove e troveja? Qual é a causa dos tremores de terra?
Para estas e outras questões, procurou sempre explicações que atenuassem a angústia e a inquietação do ser humano.
Contudo, a Natureza não foi o único objecto das interrogações do homem. Este (o homem) reflectiu sobre si próprio, sobre a vida humana – mais concretamente sobre o nascimento e a morte, sobre o bem e o mal, a origem do medo e das emoções, do sono e dos sonhos, da paixão e do amor, dos delírios, etc, como por exemplo: Por que morremos? Qual é a origem da vida? Por que gosto mais da Tamara do que da Ceára? Qual a origem dos sonhos? Por que sinto medo do escuro?
E, é a partir destas experiências vividas que nasce a ideia de alma. Encarada como o sopro de vida, como a força interior que dirige e alimenta o corpo. A alma foi objecto de diversas reflexões. Aristóteles (séc. IV a. C) é considerado por muitos, o autor do primeiro estudo de psicologia, intitulado Acerca da Alma.
Argumenta-se também ainda que, as primeiras explicações sobre o ser humano e a sua conduta foram de natureza sobrenatural, tal como as explicações para todos os eventos. Assim como a tempestade era um indício de cólera dos deuses, e a boa colheita, do seu favoritismo, o homem primitivo acreditava que um comportamento estranho e insólito era causado por um “mau espírito” que habitava o corpo da pessoa.
Por exemplo: Há cerca de meio milhão de anos, as pessoas acreditavam que os problemas psicológicos eram causados pela presença de espíritos malignos. Portanto, para permitir que esses espíritos fugissem, os antigos curandeiros efectuavam uma operação denominada trepanação, que consistia em fazer um buraco no crânio com instrumentos pouco sofisticados que perfuravam os ossos do crânio. Assim é que muitos arqueólogos encontraram crânios com sinais de cicatrização, o que nos leva a supor que alguns destes pacientes sobreviveram após a operação.
A Psicologia tem as suas raízes na Filosofia e as primeiras explicações de fórum psicológico para os problemas que iam surgindo naquela altura foram dadas pelos famosos filósofos como Aristóteles, Platão, Hipócrates, Descartes, entre outros, embora muitas destas explicações hoje nos podem parecer absurdas, no seu tempo, era o pensamento mais avançado.
Tales de Mileto, um filósofo grego do século VI a.C., tem sido apontado como quem, primeiro, procurou explicar os eventos naturais em função dos outros eventos naturais. (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 18)
Ele explicou a matéria como formada de um único elemento natural: a água. Outros filósofos depois dele, explicaram a matéria como formada de fogo, de ar, de uma partícula indefinida (átomo).
O importante nestas primeiras tentativas de explicação é a noção em que até hoje se apoia a ciência: os eventos naturais devem receber explicações também naturais.
Sócrates (470 – 395 a.C.) e Platão (427 – 347 a.C.), os dois grandes filósofos gregos, com seus ensinamentos, fizeram com que despertasse o interesse pela natureza do homem, o que trouxe ao centro do questionamento filosófico da época inúmeras questões psicológicas.
  Não existe até aqui, ainda, a intenção de explicação científica, tal como hoje a concebemos, mas, sim, a de uma explicação moralista e ética.
Ambos adotam a abordagem racionalista: Sócrates demonstra isso muito bem com o método do questionamento logico, e Platão, com sua explicação racional do mundo, pela existência do “mundo das ideias” que justifica o mundo real.
Aristóteles (384 – 322 a.C.) é comumente apontado como o filósofo que teria valorizado, pela primeira vez, a observação como forma de se chegar a explicar os eventos naturais, apesar de que seu método de investigação era, também, basicamente racionalista.
Segundo Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 18, a primeira doutrina sistemática dos fenómenos da vida psíquica foi formulada, na Antiga Grécia, por Aristóteles. Nos três livros De Anima ele se pronuncia, como introdução, sobre a tarefa da psicologia. Aristóteles acredita que as ideias e, consequentemente, a alma, seriam independentes do tempo e do espaço e da matéria e, portanto, imortais.
Os autores acima citados, afirmam que: circunstâncias especiais fizeram com que os escritos de Aristóteles fossem perdidos nas tormentas produzidas pelas mudanças do mundo ocidental durante mais de mil anos.
Em 1250, com Tomás de Aquino (1224 – 1275), as obras de Aristóteles alcançaram um notável estado de perfeição. A determinação aristotélica das relações corpo-alma e as questões ligadas a elas sobre as diferentes funções psíquicas tornaram possível a este santo da Igreja medieval uma união quase total da psicologia aristotélica com as doutrinas da Igreja. A força da psicologia tomista reside em parte nos fundamentos empíricos da psicologia já introduzidos por Aristóteles e nela conservados e, por outra parte, na simultânea ligação com as crenças religiosas.
Apesar disto, na Idade Média, houve pouco interesse pelo estudo dos fenómenos naturais em si mesmos, talvez pelo facto de a grande predominância dos valores religiosos levar à crença que um interesse muito grande nos fenómenos naturais era nocivo para a salvação da alma.
Além disso, o homem é tido como criação à imagem e semelhança de Déus, e seu comportamento sujeito, apenas a sua própria vontade e à de Déus. Tal concepção não favorece o desenvolvimento de uma ciência do homem, já que ele não podia ser objecto de investigação científica.
Até seu corpo, considerado como uma espécie de “sacrário da alma”, era santo, e não se concebia a dissecação de cadáveres para o estudo do organismo.
René Descartes (1596 – 1650), filósofo francês, além de matemático e fisiólogo, voltou a favorecer a pesquisa sobre o ser humano com a sua teoria do dualismo psicofísico. Para ele o homem era constituído de duas realidades: uma material – “o corpo”, comparável a uma maquina e, portanto, cujos movimentos seriam previsíveis a partir do conhecimento de suas “peças” e relações entre elas (pensamento mecanicista); e de uma outra realidade, imaterial – “a alma”, livre dos determinismos físicos.
Todos os organismos vivos apresentariam certa diversidade de processos fisiológicos como, por exemplo, alimentação, digestão, funcionamento nervoso, crescimento, etc. a mente, por outro lado, é exclusivamente do homem e tem actividades próprias como conhecer, recordar, e raciocinar.
Algumas actividades como a sensação, a imaginação e o instinto, seriam produtos da interacção entre corpo e mente.
Desta concepção sobre o homem, decorre que existem duas áreas de estudo: a parte material, o corpo a quem se deveria dedicar a ciência; e a parte imaterial, a alma ou mente, domínio da filosofia.
Quem estudasse a alma, portanto, não se deveria valer de observação e mensuração, já que ela é entidade sem extensão e localização.
Esta concepção favorece a pesquisa, porque, pelo menos, é possível estudar corpos mortos e animais, já que ambos não possuem alma.
O pensamento de Descartes influenciou profundamente a filosofia dos dois séculos seguintes, e foi amplamente aceite a sua teoria do dualismo psicofísico.
Os filósofos dos séculos XVIII e XIX, que tinham a mente e o seu funcionamento como objecto de estudo de grande interesse, dividiram-se em duas escolas de pensamento: o empirismo inglês e o racionalismo alemão.
Os primeiros valorizavam principalmente os processos de percepção e de aprendizagem no desenvolvimento da mente. Para eles, o conhecimento tem base sensorial: as associações fundamentam as ideias. É grande a importância do meio ambiente que estimula a percepção, que é, por sua vez, a base do conhecimento. O cérebro desempenha papel primordial, já que é para onde se encaminham os estímulos sensoriais e onde se processa a percepção.
Encontra-se, aqui, a raiz filosófica das investigações biológicas dos fenómenos mentais.
John Locke (1632 – 1704), inglês, é tido como o fundador do empirismo. Comparou a mente com uma ‘’tabula rasa’’ onde seriam imprensas, pela experiência todas as ideias e conhecimentos. Nada existiria ali que não tivesse passado pelos sentidos (Nihil est in intellectu quod prius non fuerit in sensibus).
A associação de ideias explicaria muito da vida mental, segundo Locke.
Os filósofos racionalistas, pelo contrário, acreditavam que a amente tem capacidade inata para gerar ideias, independentemente dos estímulos do meio. Diminuíam, assim, a importância da pecepção sensorial.
Além disso, os racionalistas enfatizaram o papel da pessoa no processo de percepção, afirmando que a pecepção é activamente selectiva e não um processo passivo de registro, como colocavam os empiristas, e, também, afirmando que fazemos interpretações individuais das informações dos órgãos dos sentidos, que poderiam, por isso, ser bastante diferentes entre si.
Preocuparam-se, assim, mais com as actividades da mente como as de perceber, recordar, raciocinar e desejar – e enfatizaram o conceito de ‘’faculdades’’ mentais, isto é, capacidades especiais da mente para realizar estas actividades.
Um outro ponto em que discordavam empiristas e racionalistas está na possibilidade ou não de análise, ou decomposição, dos fenómenos mentais.
 Para os empiristas, a percepção ou uma ideia complexa era composta de partes, ou elementos mais simples. Buscavam identificar tais componentes simples para poderem compreender os fenómenos mentais complexos. Para os racionalistas, cada percepção é uma entidade indivisível, global, cuja análise destruiria suas características próprias.
Segundo Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 21, esta controvérsia é importante porque vai se constituir no ponto-chave do desacordo entre as teorias psicológicas do início do século XX.
Quero, no entanto, lhe recordar que até aqui, existem apenas escolas filosóficas e, não ainda escolas psicológicas que buscam compreender os processos mentais humanos.
Mas, a ciência também vinha se desenvolvendo, e no início do século XIX já era possível o estudo, em laboratórios, dos processos orgânicos da percepção. Investigava-se, por exemplo, o funcionamento dos vários órgãos dos sentidos submetidos aos vários tipos de estimulação.
Utilizavam-se nestes estudos as respostas verbais dos sujeitos sobre o que ‘’sentiam’’ quando estimulados, e, isto favoreceu o surgimento posterior de laboratórios para estudar a ‘’mente’’, mostrando a possibilidade de a consciência do indivíduo sobre estas estimulações ser um objecto de estudo experimental.
A Fisiologia que se interessou pela investigação das funções cerebrais, foi nisto influenciada pelo surgimento da Frenologia, teoria que logo desapareceu por falta de maior comprovação. A Frenologia afirmava que o volume relativo do tecido cerebral, em diferentes partes da cabeça, mostrado pelas saliências e reentrâncias do seu contorno, era indicador de capacidades e traços dominantes da personalidade.
A Fisiologia do século XIX investigou e teorizou sobre a natureza da actividade nervosa, a velocidade de condução do impulso nervoso, mecanismos da visão e audição, etc.
Este desenvolvimento da Fisiologia contribuiu grandemente para o surgimento da Psicologia, principalmente pelos novos conhecimentos que proporcionou e pela metodologia de laboratório que empregou.
Um outro campo científico relacionado e cujo desenvolvimento também está directamente na raiz da Psicologia moderna é a Psicofísica.
A percepção consciente de um estímulo ambiental foi considerada no século XIX um fenómeno mental e, portanto, inacessível à investigação experimental. No entanto, um grupo de pesquisadores procurou mostrar que havia relação entre as características dos estímulos e a pecepção dos mesmos.
Gustav Theordor Fechner (1801 – 1887) é considerado o ‘’fundador da Psicofísica’’ ou o ‘’pai da Psicologia Experimental’’. A Psicofísica pode ser descrita como o estudo quantitativo das relações existentes entre a vida mental (como sensações, por exemplo) e os estímulos do mundo físico.
Estão, entre os primeiros estudos da Psicofísica, por exemplo, estabelecer a menor estimulação perceptível ou a menor diferença perceptível entre dois estímulos da mesma natureza.
Fechner e outros psicofísicos mostraram que é possível aplicar técnicas experimentais e procedimentos matemáticos ao estudo dos problemas psicológicos, quaisquer que sejam as concepções filosóficas a respeito do problema corpo-mente (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 22).
Caro estudante, procurou-se até aqui, delinear o quadro de antecedentes científicos e filosóficos do surgimento da Psicologia como ciência.
Costuma-se estabelecer como data para o nascimento da Psicologia propriamente dita o ano de 1879, quando Wilhelm Wundt (1832 – 1920) criou o primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha.
Wundt foi bastante influenciado pelo ponto de vista dos filósofos empiristas e pelo desenvolvimento da Fisiologia e Psicofísica experimentais.
Ele escreveu um livro intitulado Princípios da Psicologia Fisiológica, investigou principalmente a percepção sensorial que buscava reduzir os elementos mais simples (sensações e imagens) e, também, encontrar os princípios pelos quais estes elementos simples se associavam para produzir estas percepções complexas.
Em outras palavras, para Wundt, o objecto da Psicologia era a análise da experiência consciente (ou conteúdo mental) nos seus componentes básicos e a determinação dos princípios pelos quais estes elementos simples se relacionam para formar a experiência complexa.
Wundt fez nascer uma escola psicológica que se denominou estruturalismo porque buscava a estrutura da mente, isto é, compreender os fenómenos mentais pela decomposição dos estados de consciência produzidos pela estimulação ambiental.
O método utilizado, a introspecção (olhar para dentro), exigia sujeitos treinados para que pudessem observar e descrever minuciosamente suas sensações em função das características da estimulação a que eram submetidos. O relato deveria excluir o que fosse previamente conhecido e limitar-se ao que realmente foi experienciado sensorialmente.
O estruturalismo foi trazido para a América do Norte por Edward B. Titchener (1867 – 1927), o mais famoso discípulo de Wundt, onde permaneceu na sua intenção original de ciência pura.
Justamente este foi um dos pontos em que o estruturalismo foi mais atacado. O método usado não possibilitava o emprego de crianças, indivíduos psicologicamente anormais e animais como sujeitos, e nem possibilitava o estruturalismo como um todo, o desenvolvimento da Psicologia Aplicada.
Este e outros problemas fizeram com que o estruturalismo deixasse de existir como escola psicológica, mas sua ênfase nos processos sensoriais se reflecte ainda hoje em pesquisas psicológicas (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 23).
Como reacção ao estruturalismo de Wundt e de Titchener, nos Estados Unidos, nasceu o funcionalismo que pode ser melhor descrito como um movimento do que, propriamente, como uma escola psicológica.
O que une os funcionalistas é sua oposição ao estruturalismo, a respeito do qual criticavam, principalmente, a artificialidade da introspecção, a decomposição dos fenómenos mentais complexos em elementos simples e a estreiteza do âmbito de investigação.
Os funcionalistas interpretavam-se pelos propósitos do comportamento e não pela estrutura da mente. O funcionalismo investigou a adaptação ou ajustamento do sujeito a diferentes ambientes.
Entre os principais fundadores do funcionalismo estão Willian James (1842 - 1910), John Dewey (1859 - 1952) e James Cattel (1860 - 1944), todos americanos.
Denominavam-se funcionalistas por interessarem-se mais no que a mente faz, nas suas funções do que naquilo que a mente é, ou em como se estrutura.
Baseados nas concepções de Darwin sobre a evolução orgânica com a finalidade de adaptação ao ambiente, os funcionalistas estabeleceram como objecto da psicologia, a interacção contínua entre o organismo e o seu ambiente que permite a adaptação do homem a ele.
As funções mentais, como perceber, recordar, etc., têm o propósito de ajustar o indivíduo ao meio. É possível promover um ajustamento melhor sucedido e, por acreditar nisto, é que os funcionalistas se interessam pela aplicação dos conhecimentos psicológicos a esta finalidade ampla.
A importância do funcionalismo está justamente na amplitude de interesses que trouxe para a Psicologia.
A partir dele é que se tomam, para o estudo, problemas práticos e relevantes como o ensino de crianças, a medida das diferenças individuais, o efeito das condições ambientais na indústria, o comportamento anormal, etc.
Tanto o funcionalismo como o estruturalismo não existem mais hoje, pelo menos com as características com que se apresentaram inicialmente. Ambos foram substituídos por correntes cujas ideias ainda se encontram presentes entre nós.
O quadro abaixo procura situar, no tempo, as escolas que foram tratadas e também as que serão examinadas a seguir.
PSICANÁLISE
 
ESTRUTURALISMO
 
 - 1870                                                                              
FUNCIONALISMO
 
- 1880                       
GESTALTISMO
 
- 1890
BEHAVIORISMO
 
- 1900                                                          
- 1910
- 1920
- 1930
HUMANISMO
 
- 1940
- 1950                                                                                      
- 1960
- 1970
- 1980
A.t.t: A escala acima, é uma escala cronológica aproximada da origem e duração do período de maior influência de importantes escolas em Psicologia, segundo Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto, em Psicologia Geral, 33ª ed. p. 24.

1.1.2 – Principais posições actuais em Psicologia
v  BEHAVIORISMO
Teve como fundador John Watson (1878 - 1959), americano de nacionalidade, doutorado pela Universidade de Chicago, no campo da psicologia animal. Fez da psicologia uma ciência respeitável como as ciências físicas.
Descontente com a situação em que se encontrava a Psicologia, e inspirado pelo grande desenvolvimento das ciências naturais na época, Watson propôs um novo objecto de estudo para a Psicologia: o comportamento (behavior) estritamente observável. (1) Com isso, descartou dos estudos os fenómenos mentais, sensações, imagens ou ideias, funções mentais e, também a introspecção como método. Ou seja, segundo Watson, os psicólogos deveriam estudar o comportamento observável e adoptar métodos objectivos.
Argumentava que apenas o comportamento era objectivo, e que apenas ele poderia ser o melhor critério para conclusões realmente científicas.
Esta concepção valorizou os experimentos com animais, cujo comportamento mais simples facilita a investigação e possibilita conclusões transponíveis para os seres humanos.
Sem nenhuma relação com o behaviorismo americano, desenvolvia-se, na Rússia, o trabalho do fisiólogo Ivan P. Pavlov (1849 – 1936) sobre o reflexo condicionado.
Esta noção foi recebida com entusiasmo pelo behaviorismo, pois possibilitava explicar o comportamento sem referência à processos internos que escapam á observação.
Watson reconheceu no condicionamento uma base para explicar toda a aprendizagem, mesmo a mais complexa, já que esta poderia ser reconhecida como encadeamentos, combinações e generalizações de condicionamentos simples.
Coerente com a ênfase dada à aprendizagem, atribuíram um papel primordial ao meio na formação da personalidade, em contraste com quase descrença da hereditariedade. Assim, para os behavioristas, a aprendizagem é a responsável principal, inclusive, pelas mudanças observáveis no comportamento com o aumento da idade.
A importância atribuída por Watson à influência do meio ambiente pode ser avaliada pelas suas palavras: ‘’ Dai-me uma dúzia de crianças sadias, bem formadas, e um mundo de acordo com as minhas especificações em que criá-las e garanto que, tomando uma ao acaso, posso treiná-la
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(1)     Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto. Psicologia Geral, p. 25
para que se torne qualquer tipo de especialista que escolha – medico, advogado, artista, comerciante-chefe e, sim, até mendigo e ladrão – independentemente das suas inclinações, tendências, talentos habilidades, vocações e da raça de seus ancestrais’’ (WATSON, apud KELLER, 1970, p. 71), citado por  Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto, opcit, p. 25 e 26.
Hoje, o ‘’behaviorismo clássico’’ não existe mais, porém, é possível afirmar que grande parte, se não mesmo a maior parte da Psicologia americana tem orientação behaviorista. O próprio conceito de Psicologia como ‘’ciência do comportamento’’, amplamente aceite, parece indicar isto. (2)

v  GESTALTISMO
O termo gestaltismo é originário da palavra alemã “gestalt” que significa aproximadamente em português: o todo, a estrutura a forma, a organização.
O gestaltismo é uma corrente de origem alemã, mas que se desenvolveu nos Estados Unidos. Nasceu como oposição às outras correntes psicológicas, e afirmava que o estruturalismo e o behaviorismo subestimavam o papel do indivíduo, principalmente nos processos da percepção e aprendizagem, acreditando-o ‘’um registador’’ passivo dos estímulos do ambiente. Opunha-se também à decomposição feita pelos estruturalistas dos fenómenos mentais em elementos simples e àquela feita pelos behavioristas, do comportamento complexo em pequenas unidades de reflexos ou respostas. Estas decomposições afirmavam eles, destituíam de sentido o fenómeno estudado.
O lema da gestalt veio a ser ‘’ o todo é mais do que a soma das partes’’.
Os gestaltistas ilustram esta afirmação mostrando que uma melodia, por exemplo, não pode ser decomposta em suas notas musicais componentes sem perder a estrutura que a identifica e, inversamente, não constituir-se-á na mesma melodia se tocada com outras notas (uma escala acima ou abaixo, por exemplo).
Os principais representantes da gestalt ou Psicologia da Forma foram: Max Wertheimer (1880 - 1943). Wolfgang Kohler (1887 - 1964), e Kurt Koffka (1886 - 1941) além de Kurt Lewin (1890 - 1947), que foi um dos mais famosos gestaltistas, dedicando-se entre outras coisas, ao estudo da interacção social em situações experimentais controladas.
 NOTA: relata-se que, Max Wertheimer, psicólogo alemão deu vida ao movimento da Gestalt em 1921, segundo os historiadores, publicou numa universidade de Frankfurt um relatório sobre estudos de movimento aparente, ou seja, movimento percebido quando na realidade nada está acontecendo.

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(2)     Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto. Opcit, p. 26
v  PSICANÁLISE
Criada por Sigmund Freud (1856 - 1939), médico de Viena, especializado em tratamento de problemas do sistema nervoso e em particular de transtornos neuróticos, fundador do primeiro laboratório de psicanálise. A psicanálise é, provavelmente, o sistema psicológico mais conhecido pelo público em geral, apesar de não ser igualmente bem compreendido.
Este sistema, que influenciou e ainda influencia tão fortemente não só os rumos da Psicologia, mas também das artes, da literatura, enfim, de toda a cultura ocidental, teve um desenvolvimento inicial bastante independente da Psicologia como tal.
Todavia, a teoria psicanalítica é naturalmente uma teoria psicológica cujo objectivo era de levar ajuda às pessoas em sofrimento. Na época de Freud os médicos não compreendiam os problemas neuróticos nem sabiam como tratá-los. Freud começou a procurar uma terapia psicológica apropriada. Ele desenvolveu um novo método (associação livre) onde encorajava os pacientes e motivava-os convidando-lhes a relatarem os seus sonhos.
Os relatos sobre este sistema psicológico, levou-nos a concluir que a teoria psicanalítica criou uma revolução na concepção e tratamento dos problemas emocionais e provocou interesse entre os psicólogos pela movimentação do inconsciente, a personalidade, o comportamento anormal e desenvolvimento infantil.
As ideias psicanalíticas ainda se encontram muito vivas actualmente tanto em sua forma original como nas numerosas modificações que sofreram.
Quanto a associação livre, Freud colocava os pacientes a repousarem num divã, e eram encorajados a dizer o que lhes viesse à mente, sendo também convidados a relatarem os seus sonhos. Durante o curso dessa associação o paciente relata pensamentos, sentimentos lembranças, fantasias e sonhos (introspecção informal) enquanto o terapeuta analisa o material e observa o comportamento do paciente.
Freud, analisou todo o material que aparecia, procurando desejos, temores, conflitos, pensamentos e lembranças que se encontravam além do conhecimento consciente do paciente.
Ele dizia: quando me impus a tarefa de trazer à luz o que os seres humanos guardam dentro de si, não pelo poder compulsivo da hipnose, mas observando o que eles diziam e mostravam, pensei que a tarefa era mais difícil do que realmente é. Aquele que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir pode convencer-se de que nenhum mortal pode guardar um segredo. Porque se os lábios estiverem silenciosos, ele fala com as pontas dos dedos e se atrai por todos os esporos. Assim, a tarefa de tornar consciente os mais escondidos recessos da mente é perfeitamente realizável.



v  Humanismo
É o movimento mais recente em Psicologia, que enfatiza a necessidade de estudar o homem, e não os animais, indivíduos normais psicologicamente, ao invés de pessoais perturbadas.
Além disso, critica a utilização excessiva do método experimental, cujo rigor e precisão tem impedido a pesquisa mais significativa com seres humanos.
O homem tem características próprias, é singular e complexo e, por isso, não pode ser investigado com os mesmos procedimentos aplicados ao estudo de ratos ou outros animais em laboratórios (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 28).
Advoga o estudo de processos mentais tipicamente humanos, como pensar, sentir, etc., apesar de não serem directamente observáveis.
Além disso, o homem tem a capacidade de avaliar, de decidir, de escolher, não sendo um ser passivo que apenas reage aos estímulos do meio. É alguém que se caracteriza pelas suas potencialidades, pela sua tendência a realizá-las, por estar em contínua modificação.
Segundo Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto, opcit, p. 28, são representantes do Humanismo: Abraham Maslow, Rollo May e Carl Rogers.
Este conjunto amplo e heterogéneo de posições teóricas encontradas na Psicologia contemporânea não deve ser tomado como indício de caos ou confusão, mas sim, como um estágio no processo histórico de investigação do homem a respeito de si mesmo. Esta investigação seguiu, naturalmente, diversos caminhos, com objectos de estudos e métodos diferentes, o que resultou em diferentes pontos de vista, que não são sempre, necessariamente contraditórios, mas podem, apenas, estar se referindo a aspectos diferentes de uma única unidade complexa, o homem.
Talvez se possa esperar chegar, um dia, a um estágio de desenvolvimento tal que exista uma única teoria psicológica que consiga englobar todas as posições e descobertas actuais.

1.2  – Conceito e Objecto de Estudo da Psicologia
De acordo com a origem grega da palavra, Psicologia significa o estudo ou discurso (logos) acerca da alma ou espírito (psique).
Atribui-se o ‘’cunho’’ da palavra a Philip Melanchthon (1497 – 1560), colaborador de Martinho Lutero. A generalização do termo, entretanto, só se deu cem anos mais tarde. Christian von Wolf (1679 – 1754) o popularizou ao estabelecer a diferença entre Psicologia empírica e racional e ao escrever diferentes retratos sobre cada uma delas (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 28, 29).
Todavia, as controvérsias a respeito do surgimento do termo Psicologia, assim como do seu fundador e aplicabilidade estão muito longe de serem debeladas, talvez pela grandiosidade da própria ciência como tal (Silvestre Galho, 2016).
Assim, temos estado a constatar vários pontos de vista diferentes a esse respeito: por exemplo, as autoras Manuela Matos Monteiro e Milice Ribeiro dos Santos na sua obra Psicologia 1ª Parte 2001, p. 11, afirmam que o termo Psicologia só aparece no século XVI, sugerido por Rodolfo Goclénio, vindo a ser vulgarizado no século XVIII. Fazendo parte integrante da filosofia, a Psicologia só é considerada ciência nos finais do século XIX. Contudo, a Psicologia tem um longo passado, mas uma curta história (Silvestre Galho, 2016).
A breve visão histórica da Psicologia mostrou que este significado foi se alterando no decorrer do tempo e que, hoje, é uma tarefa difícil formular com conceito razoavelmente amplo para abranger todas as posições em Psicologia.
Apesar disso, a maioria dos psicólogos concordam em chamar a Psicologia de ‘’ciência do comportamento’’.
Alguém poderá argumentar que esta é uma definição nitidamente behaviorista e que, portanto, não serve para expressar a variedade de concepções actuais.
Ocorre que hoje se atribui um sentido bem mais amplo do que o sentido behaviorista para o termo comportamento.
Como colocam muito bem Telford e Sawrey (1973, p. 22), ‘’o comportamento inclui muito mais do que movimentos flagrantes, como os que fazemos ao andar de um lado para outro. Inclui actividades muito sutis, como perceber, pensar, conceber, sentir. A Psicologia ocupa-se de todas as actividades da pessoa total’’ (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 28, 29).
Hoje, por exemplo, muitos psicólogos preferem afirmar que o objecto da Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais, bem como da relação existente entre os mesmos. Assim, a Psicologia vai estudar o comportamento, isto é, todos os actos e reacções observáveis, tudo o que fazemos como andar, sorrir, correr, etc., estuda também os sentimentos, emoções, atitudes, pensamentos, representações mentais, fantasias, percepções, isto é os processos mentais que não podem ser observados directamente.
Cabe à Psicologia estudar as questões ligadas à personalidade, à aprendizagem, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, e também à comunicação interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos psicoterapêuticos, ao sono e aos sonhos, ao prazer e a dor….

1.3 – Amplitude e aplicação da Psicologia
A distinção que se costuma fazer entre ciência ‘’pura’’ e ‘’aplicada’’ é a seguinte: a primeira busca o conhecimento desinteressado, sem vistas a sua aplicação, e a segunda investiga os temas com o objectivo antecipado de usá-lo em alguma área da actividade humana.
Tal distinção é, na verdade, apenas académica, estabelecida para fins didácticos, já que ambas estão intimamente relacionadas.
Para fins didácticos, (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 32) apresentam os principais subcampos da Psicologia comumente descritos como dedicados à investigação científica básica:
Ø  Psicologia Geral: busca determinar o objecto, os métodos, os princípios gerais e as ramificações da ciência.
Ø  Psicologia Fisiológica: procura investigar o papel que os eventos e estruturas fisiológicas desempenham no comportamento.
Ø  Psicologia do Desenvolvimento: estuda o desenvolvimento ontogenético, isto é, as mudanças que ocorrem no ciclo vital de um indivíduo.
Ø  Psicologia Animal ou Comparada: tenta estudar o comportamento animal com o objectivo de, comparando-o ao do homem, melhor compreendê-lo e, também por buscar a compreensão do comportamento animal em si.
Ø  Psicologia Social: investiga todas as situações, e suas variáveis, em que a conduta humana é influenciada a de outras pessoas e grupos.
Ø  Psicologia Diferencial: busca estabelecer as diferenças entre os indivíduos em termos de idade, classe social, raças, capacidades, sexo, etc., suas causas e efeitos sobre o comportamento, além de procurar criar e aperfeiçoar técnicas de mensuração das variáveis consideradas.
Ø  Psicopatologia: é o ramo da Psicologia interessado no comportamento anormal, como as neuroses e psicoses.
Ø  Psicologia da Personalidade: é a denominação da área que busca a integração ampla e compreensiva dos dados obtidos por todos os sectores da investigação psicológica.
Alguns dos principais ramos da psicologia aplicada serão descritos brevemente, a seguir, para que o estudante tenha uma visão inicial da amplitude e utilidade desta ciência.
ü  Psicologia Educacional: lida com aplicações de técnicas e princípios da Psicologia, quando o professor procura dirigir o crescimento do educando para objectivos valiosos.
Os tópicos mais importantes nesta tarefa são os das diferenças individuais, aprendizagem e memória, crescimento e desenvolvimento da criança, motivação, comportamento grupal e outros.
ü  Psicologia aplicada ao Trabalho: é o nome genérico que se dá a m conjunto de subcampos, onde, através da aplicação de dados da Psicologia, os instrumentos de trabalho que o homem utiliza podem ser melhor planejados, o trabalhador pode ser mais propriamente selecionado e o ambiente de trabalho adequado as características do ser humano. Com isto se objectiva um melhor atendimento às necessidades do homem e um maior rendimento do seu trabalho.
Além disso, os conhecimentos psicológicos sobre relações humanas na empresa, no comércio, as descobertas sobre a psicologia do consumidor, sobre liderança e dinâmica de grupo e outros têm também contribuído grandemente para estas finalidades.
ü  Psicologia aplicada a Medicina: pode auxiliar o médico em suas tarefas de diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças.
Hoje, em pesquisa da psicologia aplicada a medicina, são temas preferidos: efeitos de drogas sobre o comportamento humano e animal; efeitos de privação sensorial prolongada sobre sentimentos e respostas de um indivíduo (ex.: vítimas de poliomielite que permanecem longos períodos em balões de oxigénio, voos espaciais longos); produção de distúrbios psicossomáticos em animais; efeitos do stress sobre as funções fisiológicas humanas, enfim, as perturbações psicossomáticas.
ü  Psicologia Jurídica: envolve a aplicação dos conhecimentos da Psicologia no campo do Direito. Servem de exemplos as contribuições sobre a confiabilidade do depoimento feito por testemunhas, as condições adversas da segregação racial, classes sociais desfavorecidas, efeitos da excitação emocional sobre o desempenho de delinquentes e criminosos, etc.
Assim, em cada sector em que os conhecimentos e técnicas da Psicologia são aplicados, ela recebe uma denominação que indica qual o ramo da actividade humana na qual são utilizados os seus conhecimentos.
Há muitos outros sectores em que isto também ocorre como a propaganda, a arte, a religião, etc.
Pode-se concluir afirmando que a Psicologia é uma ciência de um campo de aplicação muito amplo, o que justifica plenamente sua importância e a denominação que tem recebido de ‘’a ciência do nosso século’’ (Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 34).

1.4 – Relação da Psicologia com outras Ciências
 Costuma-se denominar a Psicologia de ciência ‘’biossocial’’ porque ela se relaciona principalmente com a Biologia e com as Ciências Sociais.
Para ilustrar estas relações basta lembrar as inúmeras pesquisas psicológicas orientadas para os aspectos biológicos do homem e do animal, como as realizadas pela Psicologia Fisiológica, Animal e Comparada; e, também, aquelas que investigam actividades sociais dos indivíduos como as da Psicologia Social, Educacional, do Trabalho.
 Mas, as relações da Psicologia com outras ciências não se limitam à Biologia e as Ciências Sociais.
A Psicologia conota-se hoje pela sua natureza interdisciplinar. Assim como a maior parte dos outros campos de estudo, a Psicologia não se preocupa com a extensão em que uma investigação permanece dentro dos limites formalmente definidos da disciplina. ‘’Quase todos  os campos da psicologia se sobrepõem a outros campos de estudo, servem-se deles e, por seu turno contribuem para eles’’ (TELFORD & SAWREY, 1973, p. 25), citados por  Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 35.
Pode-se ilustrar estas afirmativas mostrando que a Psicologia Fisiológica contribui para o desenvolvimento da Fisiologia, da Bioquímica, Biofísica, Biologia Geral, etc., mas também se serve das mesmas para seu desenvolvimento.3
A Psicologia Social, em suas regiões limítrofes, confunde-se com a Sociologia, a Antropologia, a Ciência Política e a Economia.
As pesquisas de opiniões e atitudes, as previsões de comportamento e a dinâmica de grupo exigem recursos ou conhecimentos de Psicologia, assim como de outras ciências sociais.
Novas áreas de interesse mútuo para diversas disciplinas surgem constantemente. Um desses campos, de grande interesse actual, é a Psicolinguística que estuda as relações acasos existentes entre a estruturação linguística e a actividade cognitiva e que consegue congregar psicólogos, linguistas, sociólogos, antropólogos, filósofos num trabalho conjunto para o desenvolvimento da mesma.
Das ligações da neurologia com a psicologia, apareceu um novo ramos da Psicologia que se apresenta como uma nova interciência: a Neuropsicologia, que é o estudo sobre as relações do comportamento com os dados da Fisiologia nervosa e da Neuropatologia.
Muitos outros exemplos poderiam ser dados, mas o que importa é ressaltar que não há, hoje, a preocupação de manter as ciências dentro de um âmbito de investigação restrito pela definição de seu objecto de estudo.
Para concluir este capítulo, que procurou mostrar em linhas gerais o que é a Psicologia contemporânea, repete-se com Marx e Hillix (1974, p. 70), citados por Elaine M. Braghirolli, Guy P. Bisi et al 2013, p. 35, que ‘’a Psicologia de hoje nega-se a ser limitada a um estreito objecto de estudo por definições formais ou prescrições sistemáticas’’.









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(3)     Elaine M. Braghirolli, Guy Paulo Bisi, Luiz A. Rizzon e Ugo Nicoletto. Opcit, p. 35

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