GESTÃO DE CONFLITOS NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
Silvestre Galho
Resumo
A vida em sociedade
‘‘impõe-nos’’ à convivência e, isto por sua vez remete-nos à partilha de ideias/opiniões,
princípios educativos diferentes, objectivos, motivações, frustrações, etc., o
que nos leva a concordar ou descordar da ideia/opinião do nosso semelhante,
nascendo muitas vezes um conflito de ideias ou de opiniões, que se não for
pronta e eficientemente resolvido, pode gerar outros contornos, ou males
maiores, beliscando fortemente a sã convivência entre os semelhantes.
Todavia, é importante encararmos o
conflito como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois onde
residem seres pensantes, é perfeitamente normal que existam ideias diferentes,
opiniões divididas, ou falta de consensos. Portanto, o mais importante é
encontrarem-se as melhores vias para a resolução dos conflitos. E, acreditamos
que a resolução através da mediação vem a ser a melhor via, porque quando o
conflito é conduzido ou mediado de forma eficaz, pode constituir uma importante
experiência de desenvolvimento pessoal.
Assim, a aprendizagem de competências
para a resolução de conflitos deverá constituir-se como uma oportunidade para
os indivíduos encontrarem soluções mais agradáveis e mais pacíficas.
Palavras-chave
Gestão
de conflitos, Processo de Ensino-aprendizagem
INTRODUÇÃO
O presente artigo
enquadra-se no âmbito das primeiras jornadas científicas departamentais, levada
a cabo pelo Departamento de Ensino e Investigação de Línguas e Ciências Socias
da Escola Superior do Kwanza Norte, e tem como objectivo compreender a gestão
de conflitos no processo de ensino-aprendizagem, bem como as melhores
estratégias de resolução de conflitos nas escolas.
Assim, pensamos que de
forma geral, os conflitos existem desde que o homem existe na face da terra, e
que desde sempre o homem procurou variadíssimas formas de os resolver. Todavia,
entendemos que nem sempre as alternativas selecionadas para a resolução dos
mesmos foram as mais adequadas.
Mas, compreendemos
também que a dinâmica da sociedade actual, impõe-nos necessariamente conflitos
bastante complexos de os resolver, fazendo com que o homem actual pense em
soluções cada vez mais eficazes.
Para uma melhor
compreensão dos conteúdos abordados no presente artigo, achamos melhor
estruturar a nossa comunicação em três eixos fundamentais:
1º O homem do século XXI e os conflitos.
2º Repensar a escola como espaço privilegiado
para a educação e mediação de conflitos.
3º O conflito como fonte de aprendizagem e desenvolvimento.
O HOMEM DO SÉCULO XXI E OS CONFLITOS
O homem do nosso século vive incessantemente variadíssimos conflitos.
Mas, para uma melhor compreensão do assunto a que nos propusemos abordar, não
podemos deixar de primeiramente apresentar uma visão conceptual de conflito,
bem como alguns tipos de conflitos e sua origem.
Assim, o termo conflito tem a sua raiz etimológica no latim, conflictus,
que significa desacordo, choque. O vocábulo, na língua portuguesa, expressa
“profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes...” (HOUAISS, 2001,
p. 797).
Os variadíssimos conceitos apresentados pelos autores são quase todos unânimes.
Assim, achamos melhor o conceito apresentado (Elaine M.
Braghirolli, et al, 2013, p.205), que o conceitua como ‘’estado psicológico decorrente da situação em que a pessoa é
motivada, ao mesmo tempo, para dois comportamentos incompatíveis’’.
Se a pessoa pudesse
atender aos dois motivos, não haveria conflito. O conflito nasce precisamente
da necessidade de se fazer uma escolha, uma opção. A satisfação de um motivo
leva automaticamente ao bloqueio e frustração do outro.
É importante referir
que a ideia conceitual apresentada pela autora acima citada, remete-nos a ideia
de um conflito interno ou pessoal. Mas, os conflitos não são só vivenciados
pela pessoa que os experimenta. Existem, por exemplo os conflitos interpessoais
– aqueles que são vivenciados nas empresas e outras instituições como é o caso
da escola, em que os indivíduos não deixam de experimentar tais sensações.
Conflito é um processo
de oposição e confronto que ocorre entre indivíduos ou grupos nas organizações,
quando as partes envolvidas exercem poder na busca de metas ou objectivos
valorizados e obstruem o progresso de uma ou várias metas. Isso é de fácil visualização
nas organizações sejam elas com ou sem fins lucrativos (DUBRIN, 2003).
Tipos
de conflitos
De acordo com Elaine M. Braghirolli, et al, 2013,
p.204, na vida real os conflitos experimentados são muito complexos, e podem
envolver um, dois, três ou mais motivos ao mesmo tempo. Porém, geralmente os
conflitos classificam-se em três tipos básicos: aproximação-aproximação, aproximação-afastamento e
afastamento-afastamento.
O conflito de aproximação-aproximação é aquele que ocorre quando o
indivíduo encontra-se motivado ao mesmo tempo dois objectivos ou metas
positivas que se excluem mutuamente.
Exemplos: o estudante que tem duas provas, ambas marcadas para a mesma
hora e precisa optar entre as duas qual irá realizar. Ou o recém-licenciado a
quem se oferece dois empregos bons.
Tal como afirmam os autores acima referenciados, em geral este tipo de
conflito resolve-se após determinado período de indecisão. A decisão pode ser
mais ou menos dolorosa, dependendo da importância do assunto sobre o qual se
deve tomar a decisão.
O conflito de afastamento-afastamento, resulta da ocorrência de duas
alternativas indesejáveis. Exemplo: o adolescente deseja sair de casa dos pais,
pois o ambiente lhe parece demasiado repressivo, mas não tem condições de
enfrentar as exigências financeiras da decisão. Seria fácil resolver o impasse
e não haveria conflito se ambas as alternativas pudessem ser abandonadas, mas
as circunstâncias o obrigam a uma decisão, uma escolha, nascendo então a
tensão, ansiedade e frustração.
O conflito de aproximação-afastamento envolve um mesmo objecto para o
qual nos sentimos ao mesmo tempo atraídos e repelidos. O objecto é desejado e
indesejado. A situação contém elementos positivos e negativos. Nasce, então, a
ambivalência. Este conflito poderia ser exemplificado pelo adolescente tímido
que queria declarar seu amor, mas tem medo da rejeição e do ridículo. Ele
planeja cuidadosamente o encontro com a pessoa amada, prepara palavra por
palavra tudo o que vai dizer. Almeja ardentemente estar junto do seu amor. Mas,
a medida que os minutos passam e se aproxima o momento tão decisivo, cresce a
ansiedade, ele transpira, treme, as palavras parecem lhe fugir… Elaine M.
Braghirolli, et al, 2013, p. 204.
Segundo Elaine M. Braghirolli, et al, 2013, p. 205, o
conflito de aproximação-afastamento é o mais frequente. E, quando o conflito é
do tipo aproximação-aproximação, embora haja indecisão, a escolha é sempre mais
fácil, acreditamos nós que isso deve-se ao facto de o indivíduo estar diante de
duas situações ou forças positivas. Assim, entendemos que se as duas situações
são benéficas para o indivíduo, então, fica muito mais fácil escolher uma, uma
vez que a alternativa não escolhida, enfim, poderá repetir-se no futuro.
A situação é sempre
mais complexa nos conflitos de afastamento-afastamento, uma vez que as duas
situações são negativas para o indivíduo, este tentar ao todo o custo evitar
(adiar) uma delas.
Nos conflitos de
aproximação-afastamento, a medida que o sujeito se aproxima do objecto, a força
de atracção passa a crescer num ritmo menos intenso e a força de repulsão
cresce num ritmo mais intenso. Esta força de atracção e repulsão é comumente
conhecida como gradiente de aproximação e gradiente de afastamento,
respectivamente, Idem.
Assim, mais do que a
compreensão das tipologias de conflitos, é imperioso entendermos o conflito
como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois onde residem
seres pensantes, é perfeitamente natural que existam ideias diferentes,
opiniões divididas, ou falta de consensos (que existam conflitos).
Todavia, o homem desse
século, vive diariamente vários conflitos, sendo estes originados de diversas
fontes.
Fontes
de conflitos
De acordo com ANINGER
(2007, p. 1), citado por Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, os conflitos
originam-se: da diversidade de pontos de vista entre pessoas, da pluralidade de
interesses, de necessidades, de expectativas, das diferentes formas de pensar e
agir de cada um dos envolvidos.
Assim, no contexto
escolar em particular, as causas dos conflitos são várias, desde o incumprimento
das normas por parte dos estudantes, a falta de consensos entre estudantes e
entre estes e os próprios professores, as reclamações dos estudantes em relação
a avaliação ou avaliações feitas pelos professores, e até mesmo problemas
pessoais em alguns casos.
Contextualizando a
nossa abordagem, queremos reforçar a ideia de que na Escola Superior Pedagógica
do Kwanza Norte (ESPKN), maior parte dos conflitos existentes entre discentes e
docentes, ou seja, entre estudantes e professores, estão relacionados com o
quesito ‘’avaliação’’. E, por isso, achamos importante abrir um parágrafo para
reflectirmos sobre a causa de grande parte dos conflitos que se verificam na
instituição acima referenciada.
Ora vejamos! Muitos dos
conflitos entre estudantes e professores estão relacionados com a atribuição de
notas ou a falha do estudante no(s) dia(s) definidos para a realização da(s)
prova(s). Todavia, a ESPKN como qualquer outra instituição de Ensino Superior
tem instrumentos jurídicos que regulam o normal funcionamento da mesma. Mas,
quase sempre ignorados por desconhecimento ou intencionalmente, quando o
assunto é reclamação de notas por parte dos estudantes.
Acreditamos, porém, que
diminuir-se-iam significativamente os conflitos na ESPKN, caso os
intervenientes do processo de ensino-aprendizagem fossem literalmente guiados
pelas normas plasmadas nos normativos jurídicos criados para o efeito.
Mas, como onde existem
homens existem conflitos, o melhor que há a fazer, é procurar os mecanismos
mais apropriados para a resolução dos mesmos, melhorando desta forma a
convivência entre os semelhantes.
Acreditamos hoje que a
melhor via de resolução de conflitos é a mediação. Mas, o que é a mediação?
REPENSAR A ESCOLA COMO ESPAÇO
PRIVILEGIADO PARA A EDUCAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Vários são os autores
que afirmam que a escola é um local privilegiado para o surgimento de
conflitos, devido a heterogeneidade de individualidades que alberga, bem como pelas
suas especificidades de natureza organizativa e funcional. Assim, urge a
necessidade de a mesma (escola) partilhar com os alunos e funcionários
administrativos, as estratégias de mediação e resolução de conflitos e seus
ganhos.
Segundo Catarina
Morgado e Isabel Oliveira, 2009, os programas de mediação de conflitos tiveram
origem fora do contexto escolar, mas rapidamente o modelo foi adaptado às
instituições educativas. A mediação escolar abrange a resolução dos conflitos
entre os estudantes, entre estudantes e professores e entre os professores,
etc.
A mediação, é uma
prática de intervenção que acredita na resolução de conflitos sociais de forma
pacífica e cooperante entre as partes, baseando-se num conjunto de técnicas de
comunicação e de pensamento criativo, para que as pessoas envolvidas resolvam
as suas diferenças relativas a necessidades e interesses, e construam soluções
aceitáveis para ambas as partes Camp (1999); Schnitman & Schnitman (2000).
Se a mediação é a
melhor via para a resolução de conflitos, então é imperioso olharmos para a
figura do mediador. Quem deve mediar conflitos no processo de
ensino-aprendizagem?
Catarina Morgado e
Isabel Oliveira, 2009, afirmam que para se levar a cabo a transformação do
conflito no contexto educativo através da mediação, é necessário alterar
comportamentos e a comunicação interpessoal e, simultaneamente, desenvolver
capacidades e competências para a gestão e resolução de conflitos.
Assim, a escola deverá
desenvolver um projecto de mediação e resolução de conflitos, onde professores,
estudantes, pais ou encarregados de educação e outros técnicos serão chamados a
desenvolver capacidades de mediação para a resolução de conflitos.
Neste sentido, concordando mais uma vez com as autoras acima
referenciadas, reafirmamos que o sucesso de um projecto de mediação na escola
depende do envolvimento de todos os “actores” do contexto escolar. A escola
deve desenvolver um contexto de significação congruente com a mediação. De
pouco servirá que as crianças e os jovens estudantes sejam sensibilizados e
treinados para uma cultura de diálogo, de escuta e de pacificação das relações
interpessoais, se o discurso de educadores e docentes for incoerente com esta
postura.
Alguns estudos mostram
que a mediação entre pares se mostre bastante eficaz na promoção de
competências relacionadas com a resolução do conflito e melhoria do ambiente
escolar (Burrell, Zirbel & Allen, 2003; Jones, 2004), citados por Catarina
Morgado e Isabel Oliveira, 2009, e os benefícios para os alunos são francamente
maiores quando a mediação inclui não só crianças e jovens, como pais,
educadores e restante pessoal escolar e da comunidade (Jones & Kmitta,
2000), Idem.
Sendo a escola uma
instituição que não alberga apenas professores e alunos, mas também outras personalidades,
é importante que a mediação seja utilizada em todos os âmbitos da vida escolar,
isto é, com todas as outras áreas da comunidade escolar.
Em nosso entender, para
que o projecto de mediação de conflitos seja eficaz, é necessário que o mesmo seja
compatível com o ensino e as aprendizagens adquiridas pelos alunos, bem como
uma real intervenção organizacional.
De acordo com Catarina Morgado e Isabel Oliveira,
2009, todos os elementos da comunidade
educativa (direcção da escola, docentes, pessoal auxiliar e administrativo,
estudantes e pais) podem intervir de modo a serem ouvidos. E, pensamos nós que
para uma mudança de cultura e de hábitos de resolução de conflitos, a
implementação de um projecto de mediação escolar deve ser o mais abrangente.
Assim, segundo esta perspectiva, podemos falar de um modelo integrado de
gestão de conflitos. E, acreditamos ser nesta mesma linhagem
que Ramón Alzate (2005), citado por Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009,
fala de “enfoque escolar global de transformação de conflitos” e refere a
inclusão simultânea das seguintes áreas:
1 – O sistema disciplinar: os programas
de mediação permitem abordar construtivamente conflitos que se revelam difíceis
de resolver;
2 – O currículo: o conceito e as
técnicas utilizadas no processo de mediação podem ser incluídos no conteúdo
curricular;
3 – A pedagogia: a utilização de jogos
cooperativos, de debates, de workshops temáticos;
4 – A cultura escolar: a formação em
mediação deve abranger toda a comunidade escolar – docentes e não docentes,
pais e alunos, direcção da escola, etc., de modo a que todos tenham contacto e
aprendam as técnicas de resolução de conflitos;
5 – O lar e a comunidade: é importante
abrir o projecto à comunidade, pois muitos dos conflitos que os alunos trazem
para a escola têm a sua origem na comunidade envolvente.
Em suma, partilhamos o
mesmo entendimento de que a implementação de um Programa de Mediação de Conflito
Escolar (PMCE), passará necessariamente pela organização de uma equipa
multidisciplinar de mediadores, devidamente capacitados em mediação de
conflitos, com formação nas áreas de psicologia, sociologia, serviço social,
pedagogia, entre outras, de modo a desenvolver um conjunto de acções que
permitam a concretização dos objectivos do projecto.
Reiteramos que a
elaboração de um projecto integrado de gestão de conflitos, bem como a
implementação do mesmo através da técnica ou estratégia de mediação, são
algumas das vias de resolução de conflitos mais assertivas. Porém estas vias
também podem ser implementadas nas outras instituições.
Todavia, o gestor de
conflitos deve: ser capaz de criar um ambiente saudável, bem como saber ouvir as
partes envolvidas no conflito, porque só assim será capaz de esclarecer as
partes implicadas no conflito.
Pensamos também que o
gestor de conflitos deve privilegiar o consenso entre as partes envolvidas e desenvolver
estratégias para que a acção (solução) seja efectivada.
O mediador de conflitos
deve estabelecer acordos de benefícios mútuos, e não deve decidir a favor de
uma das partes, sem antes ouvir ambas, tão pouco usar o poder para decidir a favor
e prejudicar uma das partes.
O mediador de conflito
não deve alterar sua decisão por pressão de uma das partes envolvidas muito
menos comentar com outrem, detalhes da mediação, sem que as partes envolvidas
tomem conhecimento da solução.
A literatura
sobre gestão de conflitos é quase consensual que a mediação é a melhor via de
resolução. Porém os mediadores de conflitos podem adoptar várias posturas ou
estilos de mediação de conflitos.
Resumindo, em nosso
entender, a gestão de conflitos deve pautar-se acima de tudo pelos valores
morais universalmente aceites, como justiça social, solidariedade, concórdia,
fraternidade, e em atitudes de respeito e valorização das diferenças, para que
se faça uma mediação imparcial e competente.
Fonte: Elaboração própria.
O CONFLITO
COMO FONTE DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Se encararmos o
conflito como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois como
afirmamos anteriormente, onde residem seres pensantes, é perfeitamente normal a
existência de ideias diferentes, opiniões divididas, ou até mesmo falta de
consensos. Portanto, reiteramos aqui que o mais importante é encontrarem-se as
melhores vias para a resolução dos conflitos.
Assim, é importante que
se inculca nas mentes das pessoas que a sociedade é uma heterogeneidade de
individualidades, logo, é imprescindível aprender a conviver na diferença.
Um dos pilares
fundamentais da educação do século XXI consiste em aprender a ser e aprender a
viver juntos, aprender a conhecer melhor os outros, criando projectos conjuntos
e solucionando pacífica e inteligentemente os conflitos. Por isso, é necessário
aprender a conviver com os conflitos.
E, se a convivência
humana e os conflitos são indissociáveis, isto porque não somos seres neutros,
ou seja, porque vivemos em constantes trocas/interacções, então é porque os
conflitos fazem parte da nossa vida. Por isso, eles não devem ser vistos como algo
necessariamente maléfico. Pelo contrário, devemos ver os conflitos como oportunidades
de transformação.
Compreendemos que não
basta só olharmos para os conflitos como oportunidades de transformação, mas é
também importante ter uma abordagem diferenciada para cada tipo de conflito,
pois os mesmos podem ser aproveitados para:
1 – Operacionalizar objectivos de
mudança e transformação pessoal;
2 – Desenvolver capacidades de
comunicação e compreensão interpessoal;
3 – Aquisição de novas experiências;
4 – Aprendermos a conviver na diferença.
Todavia,
na resolução de conflitos, nem sempre o vencedor é aquele que ganha a causa,
mas o que olha para além de ser vencido ou vencedor! (Silvestre Galho, 2017)
CONCLUSÃO
A gestão de conflitos
no processo de ensino-aprendizagem é no nosso dia-a-dia uma questão que levanta
acesos debates. E, como a escola é um local privilegiado para o surgimento de
conflitos, devido a heterogeneidade de individualidades que alberga, bem como pelas
suas especificidades de natureza organizativa e funcional, é necessário que se
encontrem as melhores estratégias para a resolução de tais conflitos.
Assim, urge a necessidade de a mesma
(escola) partilhar com os alunos e funcionários administrativos, as estratégias
de mediação e resolução de conflitos e seus ganhos. Isto quer dizer que a escola
deverá ter a capacidade de dotar a comunidade escolar (directores, professores,
alunos e funcionários administrativos) de ferramentas que permitem a resolução
pacífica e cooperativa dos conflitos, tendo em vista a introdução da mediação
no contexto escolar.
A mediação é no entanto a melhor via de resolução de conflitos. Porém os
mediadores de conflitos podem adotar várias posturas ou estilos de mediação de
conflitos.
O processo de mediação
de conflitos proporciona aos alunos um conjunto de aptidões para que os mesmos
possam enfrentar de forma positiva e eficaz, no futuro, as situações e desafios
da vida quotidiana.
Acreditamos também que desenvolver
uma cultura de mediação de conflito na escola, implica responder a função
política da escola – a formação para a democracia, a educação para a paz e os
direitos humanos, a prevenção da violência e a criação de um clima pacífico e
saudável que favoreça uma boa convivência escolar.
É bastante importante
que as pessoas de modo geral, aprendam a resolver os conflitos através da
mediação, porque a mediação ajuda a desenvolver a capacidade de comunicar de
forma assertiva, de estabelecer e manter relações interpessoais, de estabelecer
um equilíbrio emocional adequado, bem como utilizar o pensamento crítico e
criativo na resolução de problemas.
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