quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Suicídio no Cuanza Norte

http://www.angop.ao/angola/pt_pt/noticias/sociedade/2017/8/36/Cuanza-Norte-Defendido-dialogo-familiar-para-prevencao-suicidios,94fc8578-304e-4694-9f71-f5ecd9c49229.html


10 Setembro de 2017 | 12h35 - Actualizado em 10 Setembro de 2017 | 12h35

Cuanza Norte: Defendido diálogo familiar para prevenção de suicídios

Ndalatando - O psicólogo angolano Silvestre Galho defendeu hoje, domingo, na cidade de Ndalatando, província do Cuanza Norte, a necessidade de existir diálogos abertos entre os membros das famílias de forma a evitar-se eventuais casos de suicídio de adolescentes, principalmente.


PSICÓLOGO SILVESTRE GALHO
FOTO: EDILSON LOURENÇO
O especialista fez essas declarações à Angop a propósito do 10 de Setembro, Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, tendo referido que o diálogo no meio familiar, a educação dos jovens sobre as formas de lidar com os problemas pessoais e a melhoria das condições de vida da população são factores essenciais para a evitar de casos de suicídio.
Frisou que a criação de melhor condições sociais, o diálogo familiar e a inclusão social, são algumas das condições que podem ajudar a desencorajar as tendências suicidas.
Definiu o suicídio como um atentado que o indivíduo perpetra contra a própria vida e apontou como as principais causas deste mal os conflitos conjugais, dificuldades financeiras, isolamento social, perturbações mentais e injustiças sociais.
“São numerosas as causas do suicídio. Há pessoas que atentam contra a própria vida por serem estigmatizadas, por possuírem condições sociais precárias, por contraírem dívidas ou estarem desempregadas", sublinhou.
Segundo o psicólogo, a pretensão do suicídio é mais frequentes em adolescentes, mas são os idosos quem mais consumam tal acto, quanto ao género, disse serem as mulheres quem mais atentam contra a própria vida.
Aconselhou às pessoas a observarem os sinais de alerta de eventuais casos suicidas, que são traduzidos por baixa auto-estima, depressão, entre outros comportamentos anormais.
Dados do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros da província do Cuanza Norte apontam para ocorrência de 12 casos de suicídios, todos por enforcamentos, no primeiro semestre deste ano, mais quatro, em relação ao igual período de 2016.
O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio foi instituído em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objectivo de prevenir tais acções, através da adopção de estratégias específicas.

Gestão de conflitos no processo de Ensino-aprendizagem


GESTÃO DE CONFLITOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Silvestre Galho

silvestre.galho09@gmail.com


Resumo
 A vida em sociedade ‘‘impõe-nos’’ à convivência e, isto por sua vez remete-nos à partilha de ideias/opiniões, princípios educativos diferentes, objectivos, motivações, frustrações, etc., o que nos leva a concordar ou descordar da ideia/opinião do nosso semelhante, nascendo muitas vezes um conflito de ideias ou de opiniões, que se não for pronta e eficientemente resolvido, pode gerar outros contornos, ou males maiores, beliscando fortemente a sã convivência entre os semelhantes.
Todavia, é importante encararmos o conflito como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois onde residem seres pensantes, é perfeitamente normal que existam ideias diferentes, opiniões divididas, ou falta de consensos. Portanto, o mais importante é encontrarem-se as melhores vias para a resolução dos conflitos. E, acreditamos que a resolução através da mediação vem a ser a melhor via, porque quando o conflito é conduzido ou mediado de forma eficaz, pode constituir uma importante experiência de desenvolvimento pessoal.
Assim, a aprendizagem de competências para a resolução de conflitos deverá constituir-se como uma oportunidade para os indivíduos encontrarem soluções mais agradáveis e mais pacíficas.
Palavras-chave
Gestão de conflitos, Processo de Ensino-aprendizagem

INTRODUÇÃO
O presente artigo enquadra-se no âmbito das primeiras jornadas científicas departamentais, levada a cabo pelo Departamento de Ensino e Investigação de Línguas e Ciências Socias da Escola Superior do Kwanza Norte, e tem como objectivo compreender a gestão de conflitos no processo de ensino-aprendizagem, bem como as melhores estratégias de resolução de conflitos nas escolas.
Assim, pensamos que de forma geral, os conflitos existem desde que o homem existe na face da terra, e que desde sempre o homem procurou variadíssimas formas de os resolver. Todavia, entendemos que nem sempre as alternativas selecionadas para a resolução dos mesmos foram as mais adequadas.
Mas, compreendemos também que a dinâmica da sociedade actual, impõe-nos necessariamente conflitos bastante complexos de os resolver, fazendo com que o homem actual pense em soluções cada vez mais eficazes. 
Para uma melhor compreensão dos conteúdos abordados no presente artigo, achamos melhor estruturar a nossa comunicação em três eixos fundamentais:
1º O homem do século XXI e os conflitos.
2º Repensar a escola como espaço privilegiado para a educação e mediação de conflitos.
3º O conflito como fonte de aprendizagem e desenvolvimento.

O HOMEM DO SÉCULO XXI E OS CONFLITOS
O homem do nosso século vive incessantemente variadíssimos conflitos. Mas, para uma melhor compreensão do assunto a que nos propusemos abordar, não podemos deixar de primeiramente apresentar uma visão conceptual de conflito, bem como alguns tipos de conflitos e sua origem.
Assim, o termo conflito tem a sua raiz etimológica no latim, conflictus, que significa desacordo, choque. O vocábulo, na língua portuguesa, expressa “profunda falta de entendimento entre duas ou mais partes...” (HOUAISS, 2001, p. 797).
Os variadíssimos conceitos apresentados pelos autores são quase todos unânimes. Assim, achamos melhor o conceito apresentado (Elaine M. Braghirolli, et al, 2013, p.205), que o conceitua como ‘’estado psicológico decorrente da situação em que a pessoa é motivada, ao mesmo tempo, para dois comportamentos incompatíveis’’.
Se a pessoa pudesse atender aos dois motivos, não haveria conflito. O conflito nasce precisamente da necessidade de se fazer uma escolha, uma opção. A satisfação de um motivo leva automaticamente ao bloqueio e frustração do outro.
É importante referir que a ideia conceitual apresentada pela autora acima citada, remete-nos a ideia de um conflito interno ou pessoal. Mas, os conflitos não são só vivenciados pela pessoa que os experimenta. Existem, por exemplo os conflitos interpessoais – aqueles que são vivenciados nas empresas e outras instituições como é o caso da escola, em que os indivíduos não deixam de experimentar tais sensações.
Conflito é um processo de oposição e confronto que ocorre entre indivíduos ou grupos nas organizações, quando as partes envolvidas exercem poder na busca de metas ou objectivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou várias metas. Isso é de fácil visualização nas organizações sejam elas com ou sem fins lucrativos (DUBRIN, 2003).

Tipos de conflitos
De acordo com Elaine M. Braghirolli, et al, 2013, p.204, na vida real os conflitos experimentados são muito complexos, e podem envolver um, dois, três ou mais motivos ao mesmo tempo. Porém, geralmente os conflitos classificam-se em três tipos básicos: aproximação-aproximação, aproximação-afastamento e afastamento-afastamento.
O conflito de aproximação-aproximação é aquele que ocorre quando o indivíduo encontra-se motivado ao mesmo tempo dois objectivos ou metas positivas que se excluem mutuamente.
Exemplos: o estudante que tem duas provas, ambas marcadas para a mesma hora e precisa optar entre as duas qual irá realizar. Ou o recém-licenciado a quem se oferece dois empregos bons.
Tal como afirmam os autores acima referenciados, em geral este tipo de conflito resolve-se após determinado período de indecisão. A decisão pode ser mais ou menos dolorosa, dependendo da importância do assunto sobre o qual se deve tomar a decisão.
O conflito de afastamento-afastamento, resulta da ocorrência de duas alternativas indesejáveis. Exemplo: o adolescente deseja sair de casa dos pais, pois o ambiente lhe parece demasiado repressivo, mas não tem condições de enfrentar as exigências financeiras da decisão. Seria fácil resolver o impasse e não haveria conflito se ambas as alternativas pudessem ser abandonadas, mas as circunstâncias o obrigam a uma decisão, uma escolha, nascendo então a tensão, ansiedade e frustração.
O conflito de aproximação-afastamento envolve um mesmo objecto para o qual nos sentimos ao mesmo tempo atraídos e repelidos. O objecto é desejado e indesejado. A situação contém elementos positivos e negativos. Nasce, então, a ambivalência. Este conflito poderia ser exemplificado pelo adolescente tímido que queria declarar seu amor, mas tem medo da rejeição e do ridículo. Ele planeja cuidadosamente o encontro com a pessoa amada, prepara palavra por palavra tudo o que vai dizer. Almeja ardentemente estar junto do seu amor. Mas, a medida que os minutos passam e se aproxima o momento tão decisivo, cresce a ansiedade, ele transpira, treme, as palavras parecem lhe fugir… Elaine M. Braghirolli, et al, 2013, p. 204.
Segundo Elaine M. Braghirolli, et al, 2013, p. 205, o conflito de aproximação-afastamento é o mais frequente. E, quando o conflito é do tipo aproximação-aproximação, embora haja indecisão, a escolha é sempre mais fácil, acreditamos nós que isso deve-se ao facto de o indivíduo estar diante de duas situações ou forças positivas. Assim, entendemos que se as duas situações são benéficas para o indivíduo, então, fica muito mais fácil escolher uma, uma vez que a alternativa não escolhida, enfim, poderá repetir-se no futuro.
A situação é sempre mais complexa nos conflitos de afastamento-afastamento, uma vez que as duas situações são negativas para o indivíduo, este tentar ao todo o custo evitar (adiar) uma delas.
Nos conflitos de aproximação-afastamento, a medida que o sujeito se aproxima do objecto, a força de atracção passa a crescer num ritmo menos intenso e a força de repulsão cresce num ritmo mais intenso. Esta força de atracção e repulsão é comumente conhecida como gradiente de aproximação e gradiente de afastamento, respectivamente, Idem.
Assim, mais do que a compreensão das tipologias de conflitos, é imperioso entendermos o conflito como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois onde residem seres pensantes, é perfeitamente natural que existam ideias diferentes, opiniões divididas, ou falta de consensos (que existam conflitos).
Todavia, o homem desse século, vive diariamente vários conflitos, sendo estes originados de diversas fontes.

Fontes de conflitos
De acordo com ANINGER (2007, p. 1), citado por Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, os conflitos originam-se: da diversidade de pontos de vista entre pessoas, da pluralidade de interesses, de necessidades, de expectativas, das diferentes formas de pensar e agir de cada um dos envolvidos.
Assim, no contexto escolar em particular, as causas dos conflitos são várias, desde o incumprimento das normas por parte dos estudantes, a falta de consensos entre estudantes e entre estes e os próprios professores, as reclamações dos estudantes em relação a avaliação ou avaliações feitas pelos professores, e até mesmo problemas pessoais em alguns casos.
Contextualizando a nossa abordagem, queremos reforçar a ideia de que na Escola Superior Pedagógica do Kwanza Norte (ESPKN), maior parte dos conflitos existentes entre discentes e docentes, ou seja, entre estudantes e professores, estão relacionados com o quesito ‘’avaliação’’. E, por isso, achamos importante abrir um parágrafo para reflectirmos sobre a causa de grande parte dos conflitos que se verificam na instituição acima referenciada.
Ora vejamos! Muitos dos conflitos entre estudantes e professores estão relacionados com a atribuição de notas ou a falha do estudante no(s) dia(s) definidos para a realização da(s) prova(s). Todavia, a ESPKN como qualquer outra instituição de Ensino Superior tem instrumentos jurídicos que regulam o normal funcionamento da mesma. Mas, quase sempre ignorados por desconhecimento ou intencionalmente, quando o assunto é reclamação de notas por parte dos estudantes.
Acreditamos, porém, que diminuir-se-iam significativamente os conflitos na ESPKN, caso os intervenientes do processo de ensino-aprendizagem fossem literalmente guiados pelas normas plasmadas nos normativos jurídicos criados para o efeito.
Mas, como onde existem homens existem conflitos, o melhor que há a fazer, é procurar os mecanismos mais apropriados para a resolução dos mesmos, melhorando desta forma a convivência entre os semelhantes.
Acreditamos hoje que a melhor via de resolução de conflitos é a mediação. Mas, o que é a mediação?

REPENSAR A ESCOLA COMO ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA A EDUCAÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Vários são os autores que afirmam que a escola é um local privilegiado para o surgimento de conflitos, devido a heterogeneidade de individualidades que alberga, bem como pelas suas especificidades de natureza organizativa e funcional. Assim, urge a necessidade de a mesma (escola) partilhar com os alunos e funcionários administrativos, as estratégias de mediação e resolução de conflitos e seus ganhos.
Segundo Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, os programas de mediação de conflitos tiveram origem fora do contexto escolar, mas rapidamente o modelo foi adaptado às instituições educativas. A mediação escolar abrange a resolução dos conflitos entre os estudantes, entre estudantes e professores e entre os professores, etc.
A mediação, é uma prática de intervenção que acredita na resolução de conflitos sociais de forma pacífica e cooperante entre as partes, baseando-se num conjunto de técnicas de comunicação e de pensamento criativo, para que as pessoas envolvidas resolvam as suas diferenças relativas a necessidades e interesses, e construam soluções aceitáveis para ambas as partes Camp (1999); Schnitman & Schnitman (2000).
Se a mediação é a melhor via para a resolução de conflitos, então é imperioso olharmos para a figura do mediador. Quem deve mediar conflitos no processo de ensino-aprendizagem?
Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, afirmam que para se levar a cabo a transformação do conflito no contexto educativo através da mediação, é necessário alterar comportamentos e a comunicação interpessoal e, simultaneamente, desenvolver capacidades e competências para a gestão e resolução de conflitos.
Assim, a escola deverá desenvolver um projecto de mediação e resolução de conflitos, onde professores, estudantes, pais ou encarregados de educação e outros técnicos serão chamados a desenvolver capacidades de mediação para a resolução de conflitos.
Neste sentido, concordando mais uma vez com as autoras acima referenciadas, reafirmamos que o sucesso de um projecto de mediação na escola depende do envolvimento de todos os “actores” do contexto escolar. A escola deve desenvolver um contexto de significação congruente com a mediação. De pouco servirá que as crianças e os jovens estudantes sejam sensibilizados e treinados para uma cultura de diálogo, de escuta e de pacificação das relações interpessoais, se o discurso de educadores e docentes for incoerente com esta postura.
Alguns estudos mostram que a mediação entre pares se mostre bastante eficaz na promoção de competências relacionadas com a resolução do conflito e melhoria do ambiente escolar (Burrell, Zirbel & Allen, 2003; Jones, 2004), citados por Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, e os benefícios para os alunos são francamente maiores quando a mediação inclui não só crianças e jovens, como pais, educadores e restante pessoal escolar e da comunidade (Jones & Kmitta, 2000), Idem.
Sendo a escola uma instituição que não alberga apenas professores e alunos, mas também outras personalidades, é importante que a mediação seja utilizada em todos os âmbitos da vida escolar, isto é, com todas as outras áreas da comunidade escolar.
Em nosso entender, para que o projecto de mediação de conflitos seja eficaz, é necessário que o mesmo seja compatível com o ensino e as aprendizagens adquiridas pelos alunos, bem como uma real intervenção organizacional.
De acordo com Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, todos os elementos da comunidade educativa (direcção da escola, docentes, pessoal auxiliar e administrativo, estudantes e pais) podem intervir de modo a serem ouvidos. E, pensamos nós que para uma mudança de cultura e de hábitos de resolução de conflitos, a implementação de um projecto de mediação escolar deve ser o mais abrangente.
Assim, segundo esta perspectiva, podemos falar de um modelo integrado de gestão de conflitos. E, acreditamos ser nesta mesma linhagem que Ramón Alzate (2005), citado por Catarina Morgado e Isabel Oliveira, 2009, fala de “enfoque escolar global de transformação de conflitos” e refere a inclusão simultânea das seguintes áreas:
1 – O sistema disciplinar: os programas de mediação permitem abordar construtivamente conflitos que se revelam difíceis de resolver;
2 – O currículo: o conceito e as técnicas utilizadas no processo de mediação podem ser incluídos no conteúdo curricular;
3 – A pedagogia: a utilização de jogos cooperativos, de debates, de workshops temáticos;
4 – A cultura escolar: a formação em mediação deve abranger toda a comunidade escolar – docentes e não docentes, pais e alunos, direcção da escola, etc., de modo a que todos tenham contacto e aprendam as técnicas de resolução de conflitos;
5 – O lar e a comunidade: é importante abrir o projecto à comunidade, pois muitos dos conflitos que os alunos trazem para a escola têm a sua origem na comunidade envolvente.
Em suma, partilhamos o mesmo entendimento de que a implementação de um Programa de Mediação de Conflito Escolar (PMCE), passará necessariamente pela organização de uma equipa multidisciplinar de mediadores, devidamente capacitados em mediação de conflitos, com formação nas áreas de psicologia, sociologia, serviço social, pedagogia, entre outras, de modo a desenvolver um conjunto de acções que permitam a concretização dos objectivos do projecto.
Reiteramos que a elaboração de um projecto integrado de gestão de conflitos, bem como a implementação do mesmo através da técnica ou estratégia de mediação, são algumas das vias de resolução de conflitos mais assertivas. Porém estas vias também podem ser implementadas nas outras instituições.
Todavia, o gestor de conflitos deve: ser capaz de criar um ambiente saudável, bem como saber ouvir as partes envolvidas no conflito, porque só assim será capaz de esclarecer as partes implicadas no conflito.
Pensamos também que o gestor de conflitos deve privilegiar o consenso entre as partes envolvidas e desenvolver estratégias para que a acção (solução) seja efectivada.
O mediador de conflitos deve estabelecer acordos de benefícios mútuos, e não deve decidir a favor de uma das partes, sem antes ouvir ambas, tão pouco usar o poder para decidir a favor e prejudicar uma das partes.
O mediador de conflito não deve alterar sua decisão por pressão de uma das partes envolvidas muito menos comentar com outrem, detalhes da mediação, sem que as partes envolvidas tomem conhecimento da solução.
A literatura sobre gestão de conflitos é quase consensual que a mediação é a melhor via de resolução. Porém os mediadores de conflitos podem adoptar várias posturas ou estilos de mediação de conflitos.
Resumindo, em nosso entender, a gestão de conflitos deve pautar-se acima de tudo pelos valores morais universalmente aceites, como justiça social, solidariedade, concórdia, fraternidade, e em atitudes de respeito e valorização das diferenças, para que se faça uma mediação imparcial e competente.
Fonte: Elaboração própria.

O CONFLITO COMO FONTE DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Se encararmos o conflito como uma dimensão natural e inevitável da existência humana, pois como afirmamos anteriormente, onde residem seres pensantes, é perfeitamente normal a existência de ideias diferentes, opiniões divididas, ou até mesmo falta de consensos. Portanto, reiteramos aqui que o mais importante é encontrarem-se as melhores vias para a resolução dos conflitos.
Assim, é importante que se inculca nas mentes das pessoas que a sociedade é uma heterogeneidade de individualidades, logo, é imprescindível aprender a conviver na diferença.
Um dos pilares fundamentais da educação do século XXI consiste em aprender a ser e aprender a viver juntos, aprender a conhecer melhor os outros, criando projectos conjuntos e solucionando pacífica e inteligentemente os conflitos. Por isso, é necessário aprender a conviver com os conflitos.
E, se a convivência humana e os conflitos são indissociáveis, isto porque não somos seres neutros, ou seja, porque vivemos em constantes trocas/interacções, então é porque os conflitos fazem parte da nossa vida. Por isso, eles não devem ser vistos como algo necessariamente maléfico. Pelo contrário, devemos ver os conflitos como oportunidades de transformação.
Compreendemos que não basta só olharmos para os conflitos como oportunidades de transformação, mas é também importante ter uma abordagem diferenciada para cada tipo de conflito, pois os mesmos podem ser aproveitados para:
1 – Operacionalizar objectivos de mudança e transformação pessoal;
2 – Desenvolver capacidades de comunicação e compreensão interpessoal;
3 – Aquisição de novas experiências;
4 – Aprendermos a conviver na diferença.
Todavia, na resolução de conflitos, nem sempre o vencedor é aquele que ganha a causa, mas o que olha para além de ser vencido ou vencedor! (Silvestre Galho, 2017)

CONCLUSÃO
A gestão de conflitos no processo de ensino-aprendizagem é no nosso dia-a-dia uma questão que levanta acesos debates. E, como a escola é um local privilegiado para o surgimento de conflitos, devido a heterogeneidade de individualidades que alberga, bem como pelas suas especificidades de natureza organizativa e funcional, é necessário que se encontrem as melhores estratégias para a resolução de tais conflitos.
            Assim, urge a necessidade de a mesma (escola) partilhar com os alunos e funcionários administrativos, as estratégias de mediação e resolução de conflitos e seus ganhos. Isto quer dizer que a escola deverá ter a capacidade de dotar a comunidade escolar (directores, professores, alunos e funcionários administrativos) de ferramentas que permitem a resolução pacífica e cooperativa dos conflitos, tendo em vista a introdução da mediação no contexto escolar.
A mediação é no entanto a melhor via de resolução de conflitos. Porém os mediadores de conflitos podem adotar várias posturas ou estilos de mediação de conflitos.
O processo de mediação de conflitos proporciona aos alunos um conjunto de aptidões para que os mesmos possam enfrentar de forma positiva e eficaz, no futuro, as situações e desafios da vida quotidiana.
Acreditamos também que desenvolver uma cultura de mediação de conflito na escola, implica responder a função política da escola – a formação para a democracia, a educação para a paz e os direitos humanos, a prevenção da violência e a criação de um clima pacífico e saudável que favoreça uma boa convivência escolar.
É bastante importante que as pessoas de modo geral, aprendam a resolver os conflitos através da mediação, porque a mediação ajuda a desenvolver a capacidade de comunicar de forma assertiva, de estabelecer e manter relações interpessoais, de estabelecer um equilíbrio emocional adequado, bem como utilizar o pensamento crítico e criativo na resolução de problemas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANINGER, Laila. Gerenciando conflitos. Disponível em: . acesso em:/05/2017.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DUBRIN. Andrew J.. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira 2003.
HOUAISS, A. e VILLAR, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
JUNIOR, Aal Silvio; HAMMERSCHMIDT, Valci Sonia e JÚNIOR, Pampollini Homero – Administrando Conflitos Internos Dentro da Empresa.
MORGADO, Catarina e OLIVEIRA, Isabel. Mediação em contexto escolar: transformar o conflito em oportunidade. Educação/Formação, 2009.
PALMEIRÃO, Cristina. Estratégias de Prevenção e Gestão de Conflitos: Construir o sucesso escolar. Faculdade de Educação e Psicologia Universidade Católica Portuguesa, 2013.
PESSANHA, Manuela; BARROS, Sílvia; SAMPAIO, Ruth; SERRÃO, Carla; VEIGA, Sofia e ARAÚJO, Costa Sérgio. Psicologia da Educação (Colecção Universidade Ciências da Educação Volume 2). Plural Editores 2010.


domingo, 19 de março de 2017

Prezados Estudantes da ESPKN

Prezados estudantes do Iº Ano da Escola Superior Pedagógica do Kwanza Norte - Angola.

Estão disponíveis os conteúdos da cadeira de Psicologia Geral para o Ano Académico 2017. Porém, como todo o trabalho humano está sujeito a erros, pedimos as nossas sinceras desculpas pelos possíveis erros a serem identificados na leitura desse material.
Reiteramos que estamos abertos a comentários e sugestões para o engrandecimento da ciência.

Bibliografia

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
  BRAGHIROLLI, M. Elaine; BISI, Paulo Guy; RIZZON, A. Luiz e NICOLETTO, Ugo. 2013 Psicologia Geral 33ª ed. Plural editores
  DORON, Roland &  PAROT, Francõise. 2001 Dicionário de Psicologia, 1ª edição Climepsi Editora, Lisboa
   MONTEIRO, Matos Manuela e DOS SANTOS Ribeiro Milice. 2002 Psicologia 1ª Parte Porto Editora
  PESSANHA, Manuela; BARROS, Sílvia; SAMPAIO, Ruth; SERRÃO, Carla; VEIGA, Sofia e ARAÚJO, Costa Sérgio. 2010 Psicologia da Educação (Colecção Universidade Ciências da Educação Volume 2). Plural Editores

BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
  STRATTON, Peter e HAYES, Nicky. 2013 Dicionário de Psicologia. Pioneira Thomson Learning.
  HARRÉ, Rom. 2009 Grandes Pensadores em Psicologia. Editora Roca.